A firma BL/KLM Arquitects formada pelos três escritórios Baudizzone - Lestard e Asociados e KLM Kelly - Lestard - Maldonado Arquitectos dividiram conosco o seu projeto, o atual vencedor do concurso Internacional para realizar um Museu de Ciência e Tecnologia de 26.000 metros quadrados em Pequim, China. A firma chinesa BIAD (Beijing Institute of Architecture Design) foi a sócia local na apresentação.
Entre os participantes podemos encontrar escritórios de grande prestígio internacional como Zaha Hadid Architects, Architecture Studio e Herzog & de Meuron, Suiça.
O memorial descritivo e mais informações a seguir.
A ciência e tecnologia evoluem de maneira surpreendente, em movimento e mudança constante com uma intensa velocidade que surpreende e emociona. A ciência e a tecnologia descobriram no homem e na natureza, o universo de soluções e respostas que contempla um futuro melhor e que integra todos os fragmentos e as partes. A natureza trabalha como mediadora entre o homem e a ciência e é ali onde radica sua fortaleza e o seu futuro otimista.
Para poder projetar um edifício de singulares características que contemple a ciência e a tecnologia como expressão da nova indústria chinesa de vanguarda, primeiro deve-se formular algumas perguntas:
Como deve ser um edifício que abriga a produção industrial chinesa de alta tecnologia e que aproveita os avanços da ciência que reconhecemos em constante evolução e mudança? Qual deveria ser sua materialidade e imagem?
Deve o edifício refletir a arquitetura de uma época ou, pelo contrário, deve transmitir noções de abstração e permanência que perdurem no tempo e que não fique obsoleto como uma arquitetura autoral ou da moda e de linguagem passageira?
De que maneira o edifício deve transmitir o diálogo entre a ciência, a tecnologia, a natureza e o homem como usuário direto e primeiro benfeitor dos avanços e descobrimentos?
O Parque da cultura de Pequim é um lugar que, mesmo que mude constantemente durante as estações do ano, possui o caráter e a identidade permanente da natureza.
De que maneira se deve buscar a singularidade de um produto que transmite valores universais dentro da estrutura de um mundo virtual (que representa precisamente o passageiro e o abstrato) inserido em uma paisagem natural?
O edifício deve funcionar como um show room do parque industrial que tem a capacidade de transmitir ao visitante, a magia e a fantasia mencionada como uma ferramenta de marketing enquanto estimula o intercâmbio comercial e de conhecimento da intensa produção e pesquisa realizada.
O edifício se integra a natureza da lagoa. Se mantém submerso e ao mesmo tempo flutua sobre ela. A operação paisagística é intensa e contundente.
Enquanto o edifício se integra a paisagem do parque cultural de maneira sigilosa, com grande caráter e autoridade, o objeto tende a desaparecer.
O novo Centro de Ciência e Tecnologia está fundado sobre terra firme. Ao enterrar o edifício e ampliar a superfície do lago, com a terra da escavação realizada se construirá uma colina que irá possibilitar o acesso a partir de diferentes lugares do parque para a praça pública localizada na cobertura.
A forma simples e pura do edifício se destaca à distância enquanto se integra com harmonia a paisagem do parque cultural. O edifício transmite noções universais e eternas. É facilmente reconhecível não por sua forma extravagante, mas sim por sua determinação e singularidade.
Entrar no edifício nos transmite a ideia de descer para a profundidade do conhecimento, da experiência, da história e da vida.
A materialidade do edifício em sua imagem exterior é aquela mesma do material que o rodeia: a água.
Uma sutil cortina de água estabelece a imagem do edifício. Durante as distintas estações (com exceção das baixas temperaturas do inverno), a água re circulará na fachada do edifício. Ao permanecer fechado o edifício, se apagará a cortina de água de maneira tal que o edifício somará sua imagem ao conceito científico de transformação e mudança. Se contemplará assim, um edifício distinto e singular.
O material da água é eterno e universal. Não sairá de moda. É fruto do diálogo com o lugar e da interpretação mencionada entre a ciência, a tecnologia, a natureza e o homem. A água é o mediador entre o exterior e o interior. Seu som produz um valor agregado como ferramenta de projeto e inovação.
O espaço coberto do edifício é uma grande praça de uso público. A Praça da Ciência e da Tecnologia esta configurada por espelhos d`água e caminhos, situações de acesso e disseminação. Será um grande lugar de união e intercâmbio. Como que emergendo desde o interior da lagoa, a praça estará parcialmente coberta pela água.
Os grande tanques da cobertura recriam e multiplicam a particular lagoa existente, retomando a tradição paisagística chinesa e também oferecendo vistas a partir da parte alta, tal qual uma ilha artificial que flutua a seis metros de altura.
Durante o verão, o outono e a primavera, o espelho d`água proverá uma proteção contra o calor e as altas temperaturas. Durante a temporada de inverno, ao congelar-se a zero graus Celsius oferecerá proteção térmica em relação as baixas temperaturas de até menos vinte graus Celsius do exterior. Brindará um novo espaço urbano para a cidade.
A partir da praça se pode produzir o acesso ao edifício.
O espaço interno transmite a complexidade da ciência e o conceito tecnológico. A partir do interior se pode desfrutar da natureza artificial da cortina d`água enquanto se percebe o espaço enterrado de exposições e conferências.
Arquitetos
Localização
Distrito Yizhuang, Beijing, ChinaArquitetos Responsáveis
Baudizzone-Lestard, KLM Kelly Lestard Maldonado, Beijing Institute of Architecture DesignColaboradores
Matías Verdi, Juan Ignacio Ruffa, Mariana Odorico, Jeremias Thomas, Fernando Schapochinik, Luciano Capaccioli, Dario Storminsky, Matías Lastra, Alejo Naipauer, Gabriela AxelrudAssessor Estrutural
Alberto FeinsteinSustentabilidade e Normas LEED
Estudio GreenbergImagens Digitais
Atelier Arq. Federico RaponiAudiovisual
Diego PinzonAnúncio Oficial Primeiro Prêmio
Noviembre 2012Área
26000.0 m2Ano do Projeto
2011Fotografias
Atelier Federico Raponi